Homens que tocam a alma

12:52




Numa viagem muito longa, á um destino muito diferente de um paraíso, pensava. E mesmo que não tenha sido a melhor ideia que tive, não vi por perto algo melhor do que pensar. 
Viajava sobre um tipo de homem que esquece um pouco o meu corpo, e toca a alma.
Imagino como deve ser, há quem acredita que imaginações para além do normal são criadas em mentes que não suportam conformismo. É como, ter na mão um pedaço de papel mas tencionar que fosse um livro. Bem como também ter uma tangerina à mão e querer que ela fosse uma pizza. Expectativas que habitam em cabeças inconformadas. 

Mas antes que me fuja o foco, é de um homem que eu falava. Não o imaginei assim esbelto e com um daqueles perfumes que intoxicam meus pulmões, imaginava assim, um tipo sincero e simpático. Não tem a ver com clichê. É que umas vezes só precisamos de alguém que entenda a pessoa que está dentro de nós, e que goste disso. 

Nada sobre jantares caros, pé na areia mesmo, mãos dadas, e aquela conversa que te livra das preocupações. Sem ser desinteressante, simplesmente sendo.
Também não é sobre "só lençóis", mas sobre alguém que permita penetrar bem mais fundo, bem no fundo do meu eu, lá onde eu fico livre pra me abrir, pra chorar e pra contar meus segredos mais bem guardados.

Um homem que toque meu corpo com a mesma intensidade que me faz rir.
Proporcional. 
Imaginar algo nunca vivido é tenso, porque guardamos essa imaginação na mesma caixa que às esperanças, e quando elas se misturam, não dá mais pra distinguir, é como separar sal fino do açúcar. 

Nada a ver com pedir demais, é aquela vontade de querer sair descalça quando todos andam em calçados, exactamente ser desigual.
E até queria que essa vontade se espalhasse, e fosse de encontro ao produto das minhas imaginações. 

Homem, homens, todos eles são, mas o da minha cabeça vem com distintivo de ser humano, completamente interessante. 
E já foi dono de um sorriso de lado que me esquarteja o coração, é dono também de duas mãos onde eu viajava a Dubai através delas, sem envolver intimidade, totalmente intenso. 

Com os abraços mais metafóricos que aquela história do Augustus Waters onde fumar só mata se ele acender o cigarro, é. Abraços que me tiram do mundo e me devolvem à velocidade da lua, para os momentos em que eu estiver afogada em depressão, ou mesmo pra aquele momento onde meu último dedo vai de encontro com a perna do sofá. Reconfortante!

Alguém que saberá ser, e saberá quando ser, que me ouça antes mesmo que eu fale. Um verdadeiro homem dos sonhos. 
E com a intensidade que eu penso nesse homem, calha um dia e ele aparece, assim como se eu o chamasse todo esse tempo e algum dia ele ouvisse a minha voz, e gritasse, eis-me aqui.

                                                                                  Por: Denise Magaia 

                                                                                                         

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1 comentários

  1. Viajava sobre um tipo de homem que esquece um pouco o meu corpo, e toca a alma.
    Bonito texto and if you keep writing u will help us

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