Ganhamos qualquer guerra, vencendo-nos primeiro a nós mesmos

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Somos inevitáveis eu sei, mas não incapazes de nós livrar de nós mesmos. Todos dias perdemos partes de nós, e se um dia optarmos por voltar atrás, desistir de continuar, no percurso recolhemos outra vez nossos pedaços caídos, e logo então voltamos a montar as peças do puzzle que somos e é tudo novamente.

Medos, vontades e paixões. Desafios, nós mesmos e o amor, é um encontro entre tudo que já havíamos aceitado perder e todos aqueles lugares vazios.
Então depois plantamos outra vez um eu imerecivel e nos espantamos quando colhemos desgosto, desprazer, desamor, todos os "des" possíveis.

Desistimos de ir pra frente porque ficou difícil, ficou insuportável, ficou tudo o que não queríamos que ficasse. Desistimos de ir pra frente porque assumimos que somos perdedores, quando na verdade somos predadores.
Descalçamos nossos pés e eles vão de encontro aos cacos no chão, aí nos ferimos, nos ferimos e despimos nossa resiliência, e damos boas vindas a ferroada que os cães recebem quando metem abelhas à boca. 

Somos o nosso próprio terremoto!
Trememos em volta de nós e do nosso, derrubamos tudo de olhos fechados, e quando os abrimos, enxergamos a realidade, e só depois, só depois é que o arrependimento aparece pra nos envergar de mais um de todos os des, mas desta vez, de desgosto.

Somos inevitáveis eu sei, mas não incapazes de retorquir a dor. 
Pois assim como todo o banho lava, toda a dor ensina. Pequenos fragmentos de tristezas pelo caminho, criam no fim corações empedernidos, esperanças desfalecidas, pensamentos justapostos, justapostos a uma realidade que todo mundo diz ser, mas não é. 

Ouvimos sem tentar, tentamos sem ouvir. E quando tentamos, somos tentados a desistir.
Ahh doce amarga vida, que não sabe dar flor quando planta-se amor. Não sabe ou eu não sei?
Não sei apreciar o infinito do céu quando é de graça, mas ao final do dia reclamo que me falta. 
Não sei olhar pra o mar por dois minutos, e no fim do dia digo que o que tenho não me basta. 
Porque não me basta o que tenho, bastaria se fosse aquilo que eu quero ter, tão materialista, imoral e egoísta. 
Somos inevitáveis eu sei, mas tudo o que nos tornamos é uma chave para um amanhã, onde só nós decidimos como será.

    

                                                                          Por Denise Magaia

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