Há dores que devem ser sentidas
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Dividindo o mundo com os outros é impossível andar sem tropeçar, e os tropeços não falham, estão presentes em cada oportunidade, para nos fazer sentir simplesmente "desatentos".
Não há como não tropeçar, há como medir a intensidade de um tropeço. Assim como não há como não sentir dor, há como decidir o que ela fará connosco.
Há dores que devem ser sentidas, corações que devem ser partidos, pra que as pessoas acordem e se lembrem que são humanas, para que se aprenda a subir novos degraus, a calçar novos sapatos, a simplesmente sair da zona de conforto.
Há dores que devem ser sentidas, esperanças que devem se tornar desfalecidas, para que cresçamos com isso, para ganharmos maturidade e coragem para fazer aquilo que jamais sozinhos faríamos, coisas que se quebram para que valorizemos os dias em que temos, saber amar saber cuidar, saber cantar saber dançar, andar, sonhar e a melhor de todas, poder acordar. Virtudes que nos passam despercebidas até o dia da dor.
Há dores que devem ser sentidas, doer como nunca para não doer nunca mais, são lições, são páginas, páginas de nossas próprias vidas, onde cada parágrafo pode ser ou lágrima ou sorriso, mas o importante é que sejam, o importante é que se viva um ou outro, porque se olharmos ao redor, nada mais existe além de rir ou chorar, a vida não nos traz meios termos.
Então se abraçarmos as dores? Acarinha-las, cuidar delas como se de troféu se tratassem? Aí chegaremos a um estágio de medição e adaptação total e completa, onde vai até doer, mas doer sem intensidade. Num lugar onde quando a dor der um "start" eu e você vamos abrir aquele rascunho que já havia sido feito, e perceber o que ganhar com tudo aquilo.
Não é sobre estudar a dor, é sobre aprender a viver com ela, porque no princípio no meio e no final da história, é graças a ela que estamos aqui hoje, aqui agora, "é pela dor que eu parei pra ler esse texto até ao fim", porque como havia sido dito antes, dor é lição.
"E se parei pra ler até este exacto parágrafo é porque aprendi, e vou dizer em voz alta agora, HÁ DORES QUE DEVEM SER SENTIDAS
Por Denise Magaia
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