Como café me toma, e não assopra porque eu sou melhor quente. 

Como café me toma, forte e bem mexida com essa mão, essa mão esperta, que caminha em todas as cidades do meu corpo e faz as melhores paragens.

Ela ouve-me e percebe todos meus 5 sentidos, respeita-os e investe em cada um deles.

É companheira nos tempos de frio quando me tomas como café, e em tempos quentes, quando não mais existem palavras.

Ofega-me e abre minhas janelas, deixa-me espreitar cada detalhe do mundo fora, do mundo acima, e do mundo abaixo, ahh calores. 

E como café teus lábios já tentaram, tentaram fazer de mim o mais puro arco íris de plumas, doce e suave como o mel.

E eles também já fizeram-me dançar a altos sons, mexeram e remexeram meu amor, meus calores. Ahh calores.

Esses lábios, levaram-me a lugares, lugares onde meu sub-consciente jamais me mostrara, e eu já vivi muitos anos, mas mesmo assim, ele jamais me mostrou.

Entregaram-me a paz que eu procurei em orquídeas, não, na verdade em toda remalhete. 

Levaram-me e trouxeram-me sem que eu me apercebesse, foi como um instante. 

Mas quer saber, o instante mais bonito o qual vivi, e vivi intensamente.

E alguns apoiavam pra que eu me calasse, mas não é possível, não tem como, por cima de tanta história boa pra contar.

Eu vi meus melhores dias, quando tu, tu me tomavas como café.

Achava que vivi situações intensas demais pra reproduzir, e foram.

Foram porque tudo que mais quero é reviver, cada segundo, e não quero que sumam da minha cabeça. Porque quero tomar meu café e me lembrar.

Me lembrar de que maneira alcancei nuvens, planetas, e o fundo do mar, ao mesmo tempo. 

Sem precisar de detalhes.

Espontâneo igual ao café ♡

Como café me toma, e deixa eu beijar essa boca, essa boca louca.

Que não tem limites nem travões.

Deixa eu entrar nessa onda, e mergulhar nesse mar de beijos que é o amor.

Ahh, e quando me tomares, nossas mãos, que se ajuntem como se quisessem ser uma só. 

Que me apertes com força, muita força, como se quisesses espremer todo amor que está aí dentro.

Me toma em prosa, me toma em poesia, me toma no sofá da sala com a luz apagada e a televisão, assistindo à nós. 

Segura com delicadeza, porque se pegas mau jeito eu te queimo, te magoo, te faço nunca mais querer voltar a tomar-me.

Então toma-me com cautela, ou jamais, jamais me tomarás outra vez