E eu nunca mais fui a mesma

11:06







Acordo preocupada, ha duas semanas que acordo assim. Opa, hoje é dia 10 meu periodo está atrasado,na última vez que estive com Sandro,brincamos mal.
As dúvidas vão me atormentando, mas este atraso paaa. Visitei várias páginas na web de remédios caseiros pra fazer a cena descer, perguntei minhas amigas e nada.
Isso não pode continuar assim, vou pedir companhia a vizinha Lídia a mais calada da zona, nem è minha amiga mas não é fofoqueira e quero companhia.
Vou a farmácia comprar um teste e saber se o filho da mãe do Sandro não se descontrolou e me encheu.
Chego a farmácia e encontro a Dona Nina. Ela é uma senhora muito observadora e já tinha me visto muitas vezes com minha Mãe na farmácia quando ia comprar os comprimidos de dor de cabeça da mamã e os meus de cólica. Dona Nina não demora, acaba de arrumar as caixinhas de paracetamol empilhadas por cima da prateleira e pergunta:
- Menina Júlia,que fazes aqui?
Queres comprimidos da mamã ou os teus de cólicas?
Logo respondo:
-só vim acompanhar minha amiga... Quer um teste de...deeee... gravidez .
Dona Nina indignada olha para a Lídia e diz: xissa!
Lídia responde:
-ehh tia,é pra minha irmã...
Dona Nina deu o teste mas estava muito desconfiada.
Eu não podia fazer aquele teste em casa ...
Fui a escola e pedi a professora pra sair um pouco antes do intervalo,melhor hora pois as casas de banho estão vázias.
Cheguei na casa de banho tirei da minha pasta uma daquelas tampinhas de refrigerante que guardei e urinei nela e meti "o pauzinho do teste" no meu xixi.
Passou o primeiro traço e depois o segundo...
Sento-me na pia,respiro fundo,estava mesmo a transpirar e só pensava "Estou fodida".
Saio da casa de banho muito rápido,meto o teste na pasta e saio da escola e vou comprar uma "vintinha" e ligo pra o Sandro: -alooo.
Ele: -oi boo...
Eu: -estás bem? Estás em casa? Estou a vir... Precisamos falar...
Não o deixei responder e desliguei.
No caminho para casa do Sandro liguei para minhã irmã e disse que precisava falar com ela logo .
Chego em casa do Sandro e bato a porta ele sai descamisado e com as brincadeirinhas de mau gosto de sempre :
-ihh,amor estás de saia, queres baixar hoje?
Ele metendo a mão por baixo da minha saia de uniforme é surpreendido por um ataque de choro meu. Ele irritado pergunta :
-estás doente? Vens fazer o quê aqui hoje? Tsc.
E eu respondo chorando:
-estou grávida...
Ele: -aié? De quem é isso?
Eu : não lembras da nossa última vez?
Ele:-ahhh relaxa,vais sacar isso...
Acompanhou-me para casa e logo depois minha irmã chegou. Chamou-me para o quarto e contei-lhe do sucedido.
Depois de tanto sermão minha irmã fala com uma amiga dela do hospital que disse que deveriamos ir no dia seguinte ao hospital.
Acordei muito nervosa e assustada,sempre escutava as conversas das minhas amigas "sacar a cena doi".
Não demorei,tomei um banho vesti.
Subimos um chapa e fomos ao hospital de xipamanine.
Chegamos a maternidade.
Ouvi choros de bébé,via mães felizes e miúdas da minha idade,tristes,fracas e abatidas.
Logo depois da minha irmã falar com a enfermeira. Oiço uma voz no corredo gritando meu nome:
-JÚLIA LEONEL ANTUNES .
Sigo o corredor com medo e encontro uma senhora,não muito velha,acho que tinha trinta e poucos. Tinha um ar simpático e levou-me a uma sala assustadora. Mandou-me abrir as pernas ao máximo e eu obedecia tudo que me era dito.
Aquela sala era gelada,assustadora e cheirava a morte.
A senhora foi muito carinhosa, passou a mão na minha testa e disse:
-não chora,isto doi um pouco, mas são só 5 minutos que tens que aguentar, não grites, estamos a fazer algo errado e qualquer barulho isto pode acabar mal.
Eu só abanei a cabeça e aceitei o que a senhora dizia.
Enquanto organizava os instrumentos,conversava comigo e tentava me distrair.
-Tens quantos anos?
E eu disse-lhe: -tenho 16...
Nesse momento ela estava a introduzir um tubo em mim. De repente ligou uma máquina que me sugava e roía por dentro,era uma dor inexplicável,insupórtavel e mortal. Aqueles 5 minutos pareciam uma eternidade.
Quando a senhora desligou a máquina eu não sentia minhas pernas e rebolava de dor na maca. Passaram-se 20 minutos e eu já podia andar.
Levantei e a primeira coisa que fiz foi mandar uma sms para o Sandro: "0lá,não procuraste saber mas tou bem e estou a voltar do hospital."
Sandro responde: "ok"
Senti-me mal,eu acabava de passar por um grande mau bocado e o sacana limitou-se no "ok".
Saí dali falei com a minha irmã que perguntou do sandro.
Eu menti-lhe tive vergonha de dizer-lhe que Sandro usou-me e agora estava indiferente com a situação,relaxado e numa boa ...
E eu nunca mais fui a mesma,não estava preparada pra ser mãe e muito menos pra matar um filho.
Na verdade eu não estava preparada pra levar um fora de quem me subia sempre que podia,me jurava amores,fazia planos comigo e me chamava de gostosa.
E fui isso,só mais uma "gostosa" .



Nota bem:Este conto é fictício.




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